Após vir a público que o Grupo 1143 estava a planear uma manifestação anti-islâmica na zona do Intendente em Lisboa, fui até à zona mais "multicultural" da capital, a Rua do Benformoso, a rua estava a ser lavada, estava prevista a ida do Carlos Moedas para tentar acalmar os residentes desta zona sobre a suposta manifestação, foi abortada quando perceberam que havia equipas de reportagem no local. Ao ínicio da rua já se sente que estamos numa zona com uma comunidade do Bangladesh que supera qualquer outra, um pouco intrigados com as cameras, pois a equipa da CNN também subia a rua, lá vinham às portas ver o que se passava, de certo modo sentimo-nos vigiados do inicio ao fim. Onde no Martim Moniz vi lixo, lixo e mais lixo, esta zona estava limpa, lojas, restaurantes e barbeiros, porta sim , porta sim, uma rua onde a droga era rainha, outra onde a prostituição era organizada e bastava uma dar o sinal, para todas se "esconderem" nas casas. Na rua principal aos poucos iam sentindo que estavamos ali a fazer o nosso trabalho de uma forma pacifica, pessoas simpáticas, de sorriso fácil, acolhedores no espaço deles, conseguimos falar com alguns e dizem que se sentem seguros em Portugal e que as pessoas são simpáticas para eles. A maioria não sabe falar Português e muito pouco de Inglês, riem-se e dizem que estão a aprender. Estão com receio da manifestação de dia 3 de fevereiro e que vão ficar por casa e fecham o negócio, os poucos portugueses que andam na rua e residem no local, dizem que têm uma relação muito boa com esta comunidade e que são ordeiros e trabalhadores, o único senão é que acham que a cultura/religião deles está acima das outras e que às sextas feiras as ruas são ocupadas por centenas de pessoas para o culto, ignorando quem quer passar na rua. Ao subir a rua entramos no recem restaurante Royal Spicy, onde prontamente nos oferecem um chá e o almoço de uma forma super simpática e acolhedora, ficou prometido que mais tarde voltariamos, foram várias as pessoas que almoçavam e perguntaram se nos queriamos sentar e almoçar com eles. Alguns queixam-se que estão a ser prejudicados por esta vinda desenfreada de pessoas do Bangladesh à procura de uma vida melhor, mas que em muitos casos não acontece e ficam a viver na rua e que muitos também são enganados com promessas logo no país deles. Mulheres nesta rua? em cada 20 homens vimos uma mulher, a maioria mais velhas e portuguesas, que já vivem no bairro, contam-se pelos dedos das mãos as lojas portuguesas e os proprietários queixam-se de falta de policiamento diário a pé, que já houve, mas que agora está cada vez mais distante e que muitas clientes têm medo de vir à rua e quando vêm, pedem se as podem ir levar ao final da rua e cada vez têm menos clientes. Em breve volto, para mostrar mais, o que se passa de bom e de mau, que por aqui é assim, mostrar a realidade das coisas. Sei que me senti bem naquela rua, mas também sei que não devemos receber pessoas no nosso país sem termos condições de lhes proporcionar uma vida com as condições minimas e em breve espero mostrar-vos as condições degradantes em que a maioria vive e que muitos são explorados pela própria gente do país deles. Em relação à droga que paira nestas ruas, não são estas comunidades que as consomem, mas sim os portugueses.
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